Tratamento de Sobrepeso e Obesidade
O Núcleo de Excelência para Tratamento de Sobrepeso e Obesidade do Hospital e Maternidade São Luiz Osasco é um espaço especializado para cuidar do controle do peso e das doenças relacionadas e suas alterações metabólicas como hipertensão, diabetes, apneia e colesterol alto.
O núcleo reúne em um único local os mais avançados recursos tecnológicos e um grupo multidisciplinar formado por profissionais altamente qualificados na assistência àqueles que estão em busca da saúde corporal, da melhoria da qualidade de vida e bem-estar no convívio social.
Estrutura
Está localizado dentro do Centro Médico do Hospital São Luiz Osasco, região central de Osasco. O núcleo tem instalações e consultórios planejados para proporcionar um atendimento multidisciplinar e dar suporte assistencial de excelência, além de uma estrutura hospitalar completa para o tratamento recomendado, contemplando todas as especialidades clínicas necessárias e um centro cirúrgico altamente tecnológico, com infraestrutura moderna, além de apartamentos privativos com mobiliário customizado para mais conforto e segurança.
Equipe Multidisciplinar
O Centro de Excelência trabalha com profissionais especializados no acompanhamento do paciente em todas as fases do tratamento.
Endocrinologista: este profissional analisa a possibilidade de deficiências hormonais. Os hormônios são substâncias produzidas pelo corpo que controlam entre outras coisas o metabolismo. Desregulados, podem impedir a perda do peso ou estar relacionados a não-saciedade alimentar. Se a produção de hormônios está afetada por alguma disfunção, este profissional irá ajudar.
Nutrólogos: é o profissional formado em medicina que estuda os alimentos, seus nutrientes e analisa os benefícios de cada um deles à saúde. Ele trabalha com a reeducação alimentar de acordo com o metabolismo de cada pessoa, visando o crescimento e desenvolvimento saudável através de hábitos alimentares mais corretos. O profissional de nutrologia trata doenças como o sobrepeso, a obesidade, a hipertensão arterial e o colesterol alto. Ele identifica erros alimentares e esclarece os pacientes, buscando a melhora na qualidade de vida, inclusive podendo receitar remédios para complementar o tratamento.
Nutricionistas: é o especialista responsável em diagnosticar as deficiências e excessos de nutrientes no organismo. É também responsável por montar cardápios especiais para cada metabolismo, visando o emagrecimento ou o aumento de peso, mas principalmente, o equilíbrio do corpo.
Psicólogos: são profissionais que acompanham o tratamento e trabalham intensamente as mudanças nos hábitos de vida dos pacientes, suas ansiedades, dificuldades, compreensão e adaptação às transformações físicas e psicológicas relacionadas à perda de peso.
Clinico Geral: tem um conhecimento aprofundado dos órgãos, sistemas e aparelhos do corpo humano. É o médico que, por possuir uma visão total do organismo humano, é capaz de diagnosticar, tratar e encaminhar o paciente ao especialista adequado, a fim de iniciar o tratamento mais indicado para cada caso.
Cardiologista: é o médico que se ocupa do diagnóstico e tratamento das doenças que acometem o coração. Esse profissional vai procurar sinais que diagnostiquem a presença de fatores de risco ou ainda a presença de doenças ou comorbidades relacionadas ou sobrepeso e à obesidade, como disfunção ventricular, infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral, hipertensão arterial, diabetes, entre outras doenças que em geral estão associadas ao excesso de peso. A proposta de se tratar o sobrepeso e a obesidade como prevenção de eventos cardiovasculares está inserida em um programa amplo, que também envolve o tabagismo, o sedentarismo, a alimentação e os demais fatores de risco tratáveis clinicamente. Portanto, na presença destes desses fatores de risco, é fundamental uma boa avaliação para estimar adequadamente os riscos à saúde e iniciar um programa de prevenção indicado para cada caso.
Endoscopista: é o médico que se ocupa de obter imagens médicas diagnósticas utilizando-se de um endoscópio, à procura de lesões ou doenças que afetem diretamente a saúde do paciente ou de alguma forma atrapalhem o tratamento indicado.
Enfermagem: equipes treinadas e preparadas na clínica e nas alas de internação, responsáveis por interagir o paciente durante os tratamentos, inclusive no pré e pós-operatório, quando houver indicação.
Cirurgiões: com ampla experiência, são capacitados para realizar a cirurgia mais adequada ao caso apresentado. Todos são membros titulares da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM) e da International Federation for the Surgery Obesity and Metabolic Disorders (IFSO).
Sobrepeso e Obesidade
Sobrepeso e Obesidade são condições médicas nas quais se verifica no corpo o excesso de tecido adiposo, a ponto de gerar impactos negativos na saúde do paciente, e podendo levar ao desenvolvimento de inúmeros problemas de saúde.
A causa mais comum do aumento de peso é a combinação de uma dieta hiperenergética, falta de exercício físico, susceptibilidade genética, transtornos endócrinos, medicamentos ou transtornos mentais. Há muitas evidências que comprovam que mesmo as pessoas obesas ou com sobrepeso que comem pouco, podem ganhar peso devido a um metabolismo lento associado a uma taxa de absorção alimentar extremamente alta.
Os tratamentos baseiam-se na reeducação alimentar e no exercício físico. A qualidade da alimentação pode ser melhorada com a diminuição dos espaços entre refeições e com a redução do consumo de alimentos ricos em energia, tais como os que têm grande quantidade de gordura e açúcares. Este tratamento clínico deve ser orientado por médicos, e ser o primeiro passo no controle do peso e suas consequências.
A administração de medicamentos anti-obesidade, visando reduzir o apetite ou diminuir a absorção de gordura, em conjunto com uma dieta adequada e a atividades físicas, também pode ser uma opção e, na maioria dos casos, é eficaz para o controle da doença.
Somente quando a dieta, o exercício e a medicação não demonstram ser eficazes, podem ser consideradas outras medidas, como o balão intragástrico e as opções cirúrgicas.
Preciso de tratamento?
Uma pessoa precisa de tratamento quando o seu índice de massa corporal (IMC) é superior a 25kg/m2., pois já apresenta o sobrepeso. Neste caso já é indicado uma conversa com seu médico para orientação e tratamento antes do agravamento do caso.
O valor de IMC pode ser obtido dividindo o peso pela altura ao quadrado
Peso (em quilogramas)
IMC = _______________________________________
Altura (em metros) x Altura (em metros)
25 a 30: Sobrepeso: A categoria de sobrepeso já simboliza o excesso de tecido adiposo (em maior quantidade que o tecido saudável). Essa condição acomete grande parte da população que se alimenta em abundância e leva uma vida sedentária. Hoje, estima-se que cerca de 1 bilhão de adultos precisem, com urgência, adotar novos hábitos de vida para deixar a categoria que é considerada a porta de entrada para a obesidade.
30 a 35: Obesidade grau I: Os pacientes que se encontram em obesidade grau I (ou leve) convivem diariamente com as dificuldades do excesso de peso, tais como problemas respiratórios, cardíacos e metabólicos que levam gradativamente à dificuldades para praticar simples atividades no dia a dia. Isso se deve ao excesso de gordura que leva à falta de preparo físico e que acaba otimizando os fatores sedentários e aumentando a obesidade. É preciso procurar ajuda médica com urgência para que o quadro não se agrave.
35 a 40: Obesidade grau II / 40 a 50: Obesidade mórbida ou grau III: Tanto a obesidade severa (grau II), quanto a mórbida (grau III), são classificações para quando o excesso de gordura coloca em alto risco o bem-estar e a vida do paciente, podendo levar ao desenvolvimento de comorbidades, ou seja, de diversas doenças relacionadas à obesidade, dentre elas o diabetes, a hipertensão, ataques do coração, infarto, derrames cerebrais, artrite, má circulação e muitas outras. É necessário o tratamento médico com urgência.
50 a 60: Super obesidade / Maior que 60: Super, super obesidade: Os mais alto graus de obesidade, podendo tirar do paciente a capacidade de se locomover e de realizar as mais simples atividades corriqueiras. Pacientes nesses estados devem procurar ajuda médica o mais rápido possível, pois seu risco de diminuição na quantidade e na qualidade de vida são extremamente elevados.
Orientações e tratamentos
Nos casos diagnosticados, há a necessidade de tratamento, que será indicado pelo especialista, uma vez que nem todos os casos tem como tratamento uma indicação cirúrgica.
Por outro lado há uma resistência natural do paciente em relação à mudança de dieta e à prática de atividade física, visto que sua estrutura corporal exige esforços maiores na busca de um bom condicionamento físico, principalmente no início dos treinamentos.
É preciso determinação para vencer essas etapas. É importante que o paciente saiba que o sucesso do tratamento está estritamente relacionado a uma mudança comportamental, na qual deverão ser priorizadas uma dieta saudável e atividade física regular. Estas modificações irão melhorar a qualidade e a expectativa de vida dos obesos.
Dietas: o Núcleo desenvolveu um serviço personalizado de orientação nutricional que recomenda as quantidades das porções, os nutrientes necessários e o que deve ser evitado durante as refeições. A dieta prescrita respeita às necessidades de cada paciente, oferecendo um programa de alimentação equilibrada que auxilia na perda de peso sem gerar carência nutricional.
Exercícios: Não faltam comprovações científicas sobre os benefícios da atividade física para a saúde. A prática regular de exercícios pode trazer ganhos cardiorrespiratórios e a redução do risco de desenvolvimento de doenças do coração e diabetes. Pode reduzir a pressão arterial em hipertensos, diminuir a gordura corporal, melhorar a depressão e o humor, promovendo, enfim, um bem-estar geral. O exercício regular é a única maneira de melhorar o perfil da composição corporal, aumentando a musculatura, que por sua vez queima gorduras e gera melhor capacidade cardíaca e respiratória. Além disso, o exercício acelera o metabolismo e permite que a dieta funcione adequadamente.
Apoio Psicológico: O profissional da psicologia será aquele que acompanhará o paciente no percurso deste caminho, proporcionando recursos para que ele consiga enfrentar as angústias, as novidades, os anseios, as mudanças, os receios e as inquietações que possam surgir a partir dos tratamentos, um processo tão importante e marcante de sua vida. O psicólogo irá ajudar no desenvolvimento de uma nova consciência corporal, para que o indivíduo aprenda a se relacionar com as ansiedades e dificuldades que possam surgir durante o tratamento, bem como com seu novo corpo, sua nova identidade e com os conteúdos que virão com a perda de peso.
Fluxo do tratamento: Normalmente, ao iniciar o tratamento, as primeiras avaliações serão do Clínico Geral e do Endocrinologista, que encaminharão o paciente para o Nutrólogo, o Cardiologista e o Psicólogo. Somente nesse momento, se for o caso, haverá a intervenção do endoscopista ou cirurgião.
Lembrando que a importância de ser atendido por uma equipe de especialistas é essencial para que se tenha uma análise completa e o tratamento mais indicada para cada caso, com eficiência de resultados e segurança ao paciente.
Procedimento não-invasivo
Balão Intragástrico: Reconhecido como terapia auxiliar no emagrecimento o balão intragástrico, trata-se de um procedimento não cirúrgico, realizado por endoscopia para o implante de prótese de silicone, visando diminuir a capacidade gástrica e provocar saciedade. O balão é preenchido com 500ml do líquido azul de metileno, que, em caso de vazamento ou rompimento, será expelido na cor azul pela urina. Em média, o paciente fica com o balão por um período médio de seis meses. É indicado para pacientes com sobrepeso e em casos extremos como tratamento pré-operatório em pacientes com superobesidade.
Casos cirúrgicos
A Obesidade é uma doença crônica que exige um tratamento eficaz para mantê-la sob controle, propiciando saúde e qualidade de vida para o paciente. Como na maioria das doenças, existem etapas de tratamento, que envolvem diversos profissionais. Cabe a essa equipe de especialistas determinar qual a melhor estratégia a ser usada. A escolha é sempre determinada após análise dos aspectos relacionados à doença, como grau da obesidade e as comorbidade.
Assim é definida a indicação do tratamento cirúrgico. Atualmente as cirurgias são minimamente invasivas, de 5 a 6 incisões com menos de 1 cm cada e por onde se colocam as pinças especiais e um sistema ótico por onde são realizados os procedimentos. Esta técnica permite um grau elevado de segurança e conforto para o paciente, que recebe alta em torno de 48 horas após a cirurgia.
As técnicas Cirúrgicas: Para os casos com indicação cirúrgica, podemos verificar que existem diversas técnicas, que diferenciam-se pelos mecanismos de funcionamento e são indicadas pela equipe de especialistas conforme e necessidade e o perfil fisiológico de cada paciente. São elas: Bypass Gástrico, Banda Gástrica Ajustável, Gastrectomia Vertical, Duodenal Switch.
Bypass Gástrico (gastroplastia com desvio intestinal em “Y”)
O Bypass Gástrico é a técnica bariátrica mais praticada no Brasil, correspondendo a 75% das cirurgias realizadas, devido a sua segurança e, principalmente, sua eficácia. É um procedimento misto, feito pelo grampeamento de parte do estômago, que reduz o espaço para o alimento, e por um desvio do intestino inicial, que promove o aumento de hormônios que dão saciedade e diminuem a fome. Essa somatória entre menor ingestão de alimentos e aumento da saciedade é o que leva ao emagrecimento, além de controlar o diabetes e outras doenças, como a hipertensão arterial.
Banda Gástrica Ajustável
Criada em 1984, a Banda Gástrica Ajustável representa 5% dos procedimentos realizados no País. Apesar de não promover mudanças na produção de hormônios como o Bypass, essa técnica é bastante segura e eficaz na redução de peso, o que também ajuda no tratamento do diabetes. A Banda consiste em um anel de silicone inflável e ajustável que é instalado ao redor do estômago, e que aperta mais ou menos o órgão, tornando assim possível controlar o esvaziamento do estômago.
Gastrectomia Vertical
Nessa cirurgia, o estômago é transformado em um tubo, com capacidade de 80 a 100 mililitros (ml). Essa intervenção provoca boa perda de peso, comparável à do Bypass Gástrico e maior que a proporcionada pela Banda Gástrica Ajustável. É um procedimento relativamente novo, praticado desde o início dos anos 2000. Tem boa eficácia sobre o controle da hipertensão e de doenças dos lípides (colesterol e triglicérides).
Duodenal Switch
É a associação entre gastrectomia vertical e desvio intestinal. Nessa cirurgia, 85% do estômago são retirados, porém a anatomia básica do órgão e sua fisiologia são mantidas. O desvio intestinal reduz a absorção dos nutrientes, levando ao emagrecimento. Criada em 1978, a técnica corresponde a 5% dos procedimentos efetuados.
Gastroplastia Endoscópica
Desenvolvida há cerca de três anos a Gastroplastia Endoscópica, como diz o nome, é uma cirurgia endoscópica ou seja, não há cortes ou incisões no abdômen, o equipamento é introduzido por via oral e as suturas são feita pelo lado de dentro do estômago com um equipamento de última geração.
Neste procedimento, por meio da endosutura, são feitas espécies de “pregas” nas paredes do estômago com objetivo de restringir a capacidade e diminuir o trânsito dos alimentos, levando assim à saciedade precoce e induzindo perda efetiva de peso.
Uma vez que o procedimento é feito por via totalmente endoscópica, sem cortes ou incisões no abdômen, o paciente pode ser liberado no mesmo dia e com resultados iniciais bastante promissores.
O procedimento vem sendo indicado para pacientes a partir da obesidade grau I, porém não substitui a cirurgia bariátrica tradicional, quando a mesma for indicada.
Pós-operatório
O paciente recebe alta em torno de 48 horas após a cirurgia. Durante os primeiros 14 dias, o paciente permanece com alimentação líquida, e após essa fase é iniciada uma transição gradativa entre o pastoso e semi-sólido. Depois de 30 dias tem inicio a alimentação sólida.
A cirurgia não faz perder a fome, o paladar ou o prazer de comer, apenas faz o paciente passar a comer em quantidades menores, devido à sensação de saciedade, causando assim a perda de peso.