Dermatite atópica em bebês: sintomas, causas e complicações

A dermatite atópica (DA) é uma doença crônica e inflamatória da pele que pode afetar pessoas de todas as idades, mas é mais comum em bebês e crianças entre os 3 meses e 2 anos de vida. De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), a DA afeta de 15% a 25% das crianças no Brasil e se manifesta por meio de vermelhidão, ressecamento, coceira e feridas na pele.

A doença costuma desaparecer em aproximadamente 70% dos pacientes na adolescência. Neste post, você vai saber um pouco mais a respeito da dermatite atópica e de suas implicações na vida do bebê e dos pais.

Sintomas

O principal sintoma da DA em bebês é o ressecamento da pele. Se os pais e demais familiares perceberem a pele do bebê mais áspera e um pouco avermelhada, principalmente nas bochechas, pode ser sinal de DA. Isso acontece porque a principal característica dessa doença é a constante perda de água, já que os pequenos não têm a barreira de proteção da pele que impede essa ocorrência. Assim, a derme fica ressecada e, consequentemente, apresenta muitas lesões avermelhadas que provocam bastante coceira.

Causas

A causa da dermatite atópica não é totalmente conhecida, mas acredita-se que seja uma combinação de fatores genéticos e ambientais. Os fatores ambientais que podem desencadear a DA incluem:

  • Alérgenos, como poeira, pólen, mofo e ácaros;
  • Derivados do sabão, como amaciantes e certas fragrâncias;
  • Clima quente e úmido;
  • Estresse emocional.

Estudos apontam que crianças com histórico familiar de asma, rinite ou dermatite têm mais chances de desenvolver a DA. No entanto, nem todos os bebês que sofrem com a dermatite atópica têm asma ou rinite — e vice-versa.

Complicações

A coceira é o principal sintoma de dermatite atópica. Os pais devem ficar atentos, porque quanto mais a criança coçar a área mais ela estimulará a inflamação, provocando uma infecção secundária sobre a lesão da dermatite.

Outras complicações da DA em bebês são:

  • Infecções secundárias, como infecções bacterianas ou fúngicas;
  • Perda de sono;
  • Problemas de desenvolvimento social;
  • Baixa autoestima.

Tratamento

Por ser uma doença crônica, sem cura definitiva, o objetivo do tratamento da DA é controlar os sintomas e prevenir complicações para proporcionar conforto e qualidade de vida ao bebê nos seus primeiros anos de vida.

O tratamento tem como foco os cuidados com a pele. Sempre mantenha a pele do bebê hidratada e, para isso, você pode fazer uso de cremes para peles sensíveis e secas. A aplicação desses produtos precisa ser feita logo após o banho, com a pele ainda úmida, assim, você aproveita para mantê-la hidratada pela união dos cremes com a água que o corpo absorveu. É importante ressaltar: bebês com DA não devem passar muito tempo no banho quente, pois isso pode aumentar o ressecamento da pele. Assim, prefira banhar o pequeno em água morna por, no máximo, 10 minutos.

O uso de pomadas também contribui para amenizar os sintomas da DA. Para isso, consulte um especialista, como o pediatra, o alergologista ou o dermatologista, para saber qual o melhor tratamento para o seu bebê. Geralmente, as pomadas de cortisona podem ser receitadas pelo médico, desde que utilizadas nas doses e concentrações corretas. Para evitar efeitos colaterais, obedeça as recomendações médicas.

Casos graves

Em casos graves de dermatite atópica, o médico pode recomendar o uso de imunossupressores, como ciclosporina ou metotrexato. Esses medicamentos são geralmente usados ​​apenas por curtos períodos de tempo.

É importante ressaltar que a DA não é contagiosa, portanto os pequenos podem ter uma vida normal e social como qualquer outra criança.

Encontre um especialista