Rast Café F221

O exame RAST Café, identificado pelo código F221, é um teste laboratorial que avalia a presença de anticorpos do tipo IgE específicos contra proteínas presentes no café. Trata-se de um exame de sangue utilizado para investigar se o paciente apresenta uma resposta alérgica mediada por IgE ao café, ou seja, uma verdadeira alergia alimentar. Embora seja uma condição rara, algumas pessoas podem desenvolver sensibilização imunológica a componentes do café, o que pode desencadear sintomas após sua ingestão ou exposição.

O exame serve para auxiliar no diagnóstico de alergia alimentar ao café, especialmente quando o paciente apresenta sintomas compatíveis com alergia tipo I (imediata) após consumir a bebida ou ter contato com seu pó ou aroma. Os sintomas podem incluir urticária, coceira na pele, desconforto gastrointestinal, rinite, tosse, chiado no peito, e em casos mais graves, reações respiratórias intensas ou anafilaxia. Também pode ser solicitado em investigações ocupacionais, quando há suspeita de alergia respiratória em trabalhadores expostos a grãos ou pó de café.

A análise é feita por meio de uma amostra de sangue venoso, coletada normalmente do braço. O sangue é processado em laboratório para detectar se há IgE específica contra os alérgenos do café. A técnica usada geralmente é a imunofluorescência ou imunoensaio automatizado. O exame não requer contato direto com o alérgeno, ao contrário dos testes cutâneos, e é considerado seguro, rápido e com baixa possibilidade de reações adversas.

O exame pode ser solicitado em pacientes que apresentam reações repetitivas e suspeitas após o consumo de café, como erupções na pele, náuseas, dores abdominais, congestão nasal, coceira na boca ou garganta, tosse ou sintomas respiratórios.

Também é indicado em pessoas com histórico pessoal ou familiar de alergias, em pacientes com outras alergias alimentares conhecidas, ou quando há necessidade de investigação diferencial entre alergia e intolerância à cafeína, que não envolve o sistema imune.

O exame é útil ainda no acompanhamento de casos de sensibilização ocupacional.

O exame pode ajudar a identificar a alergia alimentar ao café e diferenciar essa condição de outras reações adversas à bebida, como intolerância à cafeína, gastrite ou refluxo. Além disso, pode fazer parte de uma avaliação mais ampla de síndromes alérgicas múltiplas, como rinite alérgica, dermatite atópica e asma, quando se investiga possíveis alérgenos contribuintes. Em ambientes ocupacionais, como torrefações ou cafeterias, o exame pode apoiar o diagnóstico de alergia respiratória ocupacional associada ao café.

O resultado do exame é quantitativo e geralmente classificado em classes de 0 a 6, que indicam o grau de sensibilização alérgica.

Classes mais altas correspondem a maiores concentrações de IgE específica contra o alérgeno do café. Um resultado em classe zero indica ausência de sensibilização detectável, enquanto resultados nas classes 1 a 2 indicam sensibilização baixa, e classes de 3 a 6 refletem sensibilização moderada a alta.

No entanto, a presença de IgE específica não confirma, por si só, uma alergia clínica. É necessário interpretar os resultados em conjunto com a história clínica e, em alguns casos, realizar testes adicionais, como dieta de exclusão ou teste de provocação oral supervisionado.

O exame pode ser solicitado por alergistas, imunologistas, pediatras, gastroenterologistas, otorrinolaringologistas e clínicos gerais, dependendo da queixa e do histórico do paciente. Profissionais da saúde ocupacional também podem solicitar esse teste quando há suspeita de alergia ao café em trabalhadores expostos ao alérgeno.