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Todo câncer precisa de quimioterapia?

É fundamental que o paciente discuta com sua equipe médica todas as opções de tratamento disponíveis, considerando os benefícios e possíveis efeitos adversos de cada abordagem, para definir a estratégia terapêutica mais adequada ao seu caso específico.

A quimioterapia é amplamente reconhecida como uma das principais abordagens no tratamento do câncer, utilizando medicamentos que circulam pelo sangue para eliminar células cancerígenas em todo o corpo. No entanto, nem todos os tipos de tumor requerem quimioterapia como parte do tratamento.

Decidir a terapia mais adequada depende de diversos fatores, incluindo o tipo específico de câncer, seu estágio de desenvolvimento, as características moleculares do tumor e as condições clínicas individuais de cada paciente.

Tratamentos de câncer sem quimioterapia

O tratamento do câncer sem quimioterapia é uma área em constante evolução. Estudos recentes demonstram que alguns tipos de câncer podem ser tratados com terapias-alvo ou imunoterapia, que atuam de maneira mais específica nas células cancerígenas, reduzindo efeitos colaterais em comparação à quimioterapia tradicional.

Por exemplo, pacientes com câncer de mama HER2-positivo em estágio inicial têm apresentado altas taxas de remissão sem a necessidade de quimioterapia constante. Um estudo apresentado na ASCO 2023 indicou que o uso exclusivo de trastuzumabe e pertuzumabe em algumas pacientes levou a excelentes resultados.

Outros avanços incluem o uso de imunoterapia para certos tipos de câncer de pulmão e melanoma, bem como tratamentos hormonais para câncer de próstata e mama hormônio sensível, permitindo a substituição da quimioterapia em algumas situações.

Quando não é preciso fazer quimioterapia?

A decisão de evitar a quimioterapia depende de vários fatores:

  • Tipo de câncer: alguns cânceres, como o de mama HER2-positivo em estágio inicial, apresentam excelentes resultados com terapia-alvo sem necessidade de quimioterapia. O câncer de próstata de crescimento lento também pode ser tratado apenas com terapia hormonal.
  • Estágio da doença: em tumores localizados e menos agressivos, a cirurgia e terapias-alvo podem ser suficientes para o controle da doença.
  • Características moleculares do tumor: testes genéticos e biomarcadores podem indicar se um tumor é sensível a tratamentos alternativos, como terapias-alvo ou imunoterapia.
  • Resposta a outros tratamentos: em alguns casos, a resposta a terapias iniciais pode eliminar a necessidade de quimioterapia adicional.

Além disso, certos tipos de linfomas e leucemias podem ser tratados com abordagens menos invasivas, dependendo do perfil genético da doença.

Mitos e verdades sobre a quimioterapia

Muitas crenças populares cercam a quimioterapia, e é importante esclarecer algumas questões:

  • Efeitos colaterais sempre severos? Nem todos os pacientes apresentam efeitos colaterais intensos. Com os avanços na medicina, novos esquemas de tratamento reduziram significativamente a toxicidade da quimioterapia.
  • Todos os cânceres precisam de quimioterapia? Como demonstrado, nem todos os casos exigem quimioterapia, e a decisão depende de uma série de fatores clínicos.
  • Quimioterapia sempre enfraquece o sistema imunológico? Embora algumas drogas quimioterápicas possam reduzir temporariamente a imunidade, esse efeito varia conforme o tipo e a dose do medicamento.

A pergunta “Todo câncer precisa de quimioterapia?” não tem uma resposta simples. Enquanto a quimioterapia continua sendo uma ferramenta essencial no tratamento do câncer, novas pesquisas têm ampliado as opções terapêuticas, permitindo tratamentos mais personalizados e menos agressivos. Assim, é fundamental que cada paciente discuta com seu oncologista qual a melhor estratégia para seu caso específico.

Revisão médica:

Dra. Fernanda Frozoni Antonacio

Oncologista Clínica

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