Quem tem risco de insuficiência cardíaca? Fatores que exigem atenção redobrada
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A insuficiência cardíaca é uma condição séria que acontece quando o coração perde a capacidade de bombear sangue de forma eficaz para o corpo. Ela pode se desenvolver de forma lenta e silenciosa, ou surgir após um evento cardíaco agudo, como um infarto.
Um artigo publicado nos Arquivos Brasileiros de Cardiologia, da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), estimou que cerca de 57 milhões de pessoas em todo o mundo viviam com insuficiência cardíaca em 2021. De acordo com a publicação, a projeção é de que esse número cresça em 34% nas próximas décadas, acompanhando o envelhecimento da população e o aumento de fatores de risco.
Ainda de acordo com a SBC, estima-se que cerca de 2 milhões de pessoas vivam com insuficiência cardíaca, com aproximadamente 240 mil novos casos diagnosticados a cada ano no Brasil. Dados do
Relatório para a Sociedade, do Ministério da Saúde, apontam que a insuficiência cardíaca está entre as três principais causas de morte por doenças cardiovasculares no Brasil, respondendo por cerca de 7% do total de óbitos no país, ao lado do infarto e do acidente vascular cerebral (AVC).
Saber se você está no grupo de risco é essencial para adotar medidas de prevenção e buscar o diagnóstico precoce. Continue lendo e saiba quais os fatores que exigem atenção redobrada para a insuficiência cardíaca.
O que é insuficiência cardíaca?
A insuficiência cardíaca, também chamada de “coração fraco”, ocorre quando o músculo do coração perde a capacidade de se contrair ou relaxar de forma eficiente. Como consequência, o sangue circula com dificuldade, e órgãos e tecidos recebem menos oxigênio e nutrientes.
Coordenador do grupo de insuficiência cardíaca, cardiomiopatias e transplante cardíaco da Rede D’Or (PE), Dr. Carlos Eduardo Montenegro explica que a insuficiência cardíaca é caracterizada por um conjunto de sinais e sintomas, como falta de ar, inchaço, cansaço físico e dor no peito, provocados por uma alteração na função do coração.
Essa disfunção pode ocorrer tanto pela dificuldade do órgão em bombear o sangue para o restante do corpo quanto pela dificuldade em receber o sangue de volta. Como resultado, a oxigenação fica comprometida e o coração precisa se esforçar mais para cumprir funções que um coração saudável realizaria com facilidade.
Quem tem risco de insuficiência cardíaca?
Diversas condições de saúde e hábitos de vida contribuem para o desenvolvimento da insuficiência cardíaca. Por isso, pessoas que adotam um estilo de vida pouco saudável apresentam um risco significativamente maior de desenvolver a doença ao longo do tempo. Confira os fatores que exigem atenção redobrada:
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Obesidade ou sobrepes0
O excesso de peso aumenta o esforço cardíaco e está associado a outros fatores como diabetes e hipertensão.
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Hipertensão
É um dos fatores mais comuns. A pressão elevada faz o coração trabalhar mais, o que pode enfraquecer o músculo cardíaco com o tempo.
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Diabetes
Altos níveis de glicose no sangue danificam vasos e nervos, comprometendo o funcionamento do coração.
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Tabagismo
Fumar é altamente prejudicial para a saúde cardiovascular e aumenta o risco de insuficiência cardíaca.
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Apneia do sono
A apneia do sono provoca a falta de oxigênio repetida durante a noite prejudicando o coração e podendo contribuir para o surgimento da insuficiência cardíaca.
“Pacientes com outras doenças já bem estabelecidas, como passado de infarto ou AVC, doença renal crônica, doença pulmonar crônica, têm um risco maior de desenvolver insuficiência cardíaca”, reforça Dr. Carlos Eduardo Montenegro.
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O uso incorreto de medicamentos no tratamento de doenças crônicas, como hipertensão e diabetes, pode comprometer o controle dessas condições e esse é um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento da insuficiência cardíaca.
“Uma hipertensão ou diabetes mal controlada é uma porta de entrada para a insuficiência cardíaca. Além disso, algumas medicações podem causar insuficiência cardíaca, quando tomadas de forma inadequada (abusos ou uso não prescrito), como por exemplo, hormônios tireoidianos, testosterona, corticoides ou vasoconstritores como os usados para tratamento de rinite alérgica”, alerta o cardiologista.
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Sintomas que não devem ser ignorados
A insuficiência cardíaca (IC) pode ser silenciosa no início, mas alguns sinais merecem atenção:
- Falta de ar;
- Cansaço físico para as atividades do dia a dia;
- Retenção de líquido;
- Palpitações;
- Dor no peito;
- Desmaios;
- Inchaço.
“Porém, é importante atentar que nem todo paciente que tenha esses sintomas vai ter insuficiência cardíaca. A avaliação médica é fundamental para fazer esse diagnóstico diferencial”, ressalta o especialista, orientando que, caso os sintomas surjam de forma súbita, se intensifiquem progressivamente ou apareçam com esforços cada vez menores, é fundamental buscar atendimento médico com urgência.
Como prevenir a insuficiência cardíaca?
A prevenção da insuficiência cardíaca tem início com o controle dos fatores de risco e a adoção de hábitos saudáveis, os mesmos indicados para a proteção contra outras doenças cardiovasculares como:
- Manutenção do peso;
- Estímulo a atividade física;
- Não fumar;
- Evitar abuso de bebidas alcoólicas;
- Evitar automedicação;
- Manter vacinas em dia;
- Consultar regularmente seu médico.
“Pelo menos uma vez ao ano, é recomendável uma visita ao seu cardiologista, se o paciente já tem fatores de risco”, recomenda Dr. Carlos Eduardo Montenegro.
Exames de rotina são fundamentais para identificar a insuficiência cardíaca antes que ela avance. A avaliação médica é o passo mais importante, mas exames como o eletrocardiograma e o ecocardiograma também contribuem para um diagnóstico precoce e eficaz da condição.
“A insuficiência cardíaca é uma doença grave, com prognóstico tão ruim quanto a maioria dos cânceres malignos que vemos no dia a dia. Conhecer os sinais do corpo e fazer consultas e exames preventivos são fundamentais para uma melhor prevenção e tratamento dessa doença tão grave”, destaca Dr. Montenegro.
É possível reduzir o risco da insuficiência cardíaca com informação, hábitos saudáveis e acompanhamento médico. Se você tem histórico familiar ou fatores de risco, agende sua consulta com um cardiologista D’Or e cuide da sua saúde cardiovascular.
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