Cirurgia cardíaca: em que casos são indicadas
A cirurgia cardíaca pode ser a única forma de restaurar a saúde e prolongar a vida em casos graves de doenças do coração.
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A cirurgia cardíaca é um procedimento indicado para tratar doenças do coração e dos vasos sanguíneos. Com o avanço da medicina, as técnicas cirúrgicas se tornaram mais seguras e eficazes, contribuindo para a qualidade de vida e longevidade de milhões de pessoas.
Em muitos casos, a cirurgia cardíaca é a única forma de restaurar a função cardíaca e preservar a vida de quem tem doenças cardíacas graves. Mas você sabe quando uma cirurgia no coração é indicada e quais são os principais tipos?
Neste artigo, vamos explicar de forma clara e acessível os tipos mais comuns de cirurgia cardíaca, os sinais de que ela pode ser necessária e como é o processo de recuperação.
Principais tipos de cirurgias cardíacas
As cirurgias cardíacas são procedimentos realizados para tratar diversas condições que afetam o funcionamento do coração. Com os avanços tecnológicos essas intervenções têm se tornado cada vez mais seguras e precisas.
Segundo o cirurgião cardiovascular Dr. Samuel Steffen, da Rede D’Or São Paulo e coordenador de equipe dos Hospitais São Luiz Itaim, Morumbi e Vila Nova Star, as principais indicações para cirurgia cardíaca incluem:
Doenças coronarianas obstrutivas
As doenças coronarianas obstrutivas são tratadas por meio da revascularização do miocárdio (pontes de safena/mamária), quando as artérias do coração estão bloqueadas.
Doenças valvares
As doenças das válvulas cardíacas podem exigir trocas valvares ou plastias (reparos nas válvulas cardíacas) para restabelecer o fluxo sanguíneo adequado.
Aneurismas de aorta torácica
Para o tratamento de aneurismas de aorta torácica, a cirurgia é indicada para corrigir dilatações perigosas na aorta, evitando o risco de rompimento.
Implante de dispositivos para assistência circulatória mecânica
Utilizados em casos de insuficiência cardíaca grave, para ajudar o coração a bombear sangue.
Implante de marca-passo
Em casos de arritmias graves ou bradicardia (coração muito lento), pode ser necessário implantar um marca-passo.
Transplante de coração
O transplante de coração é indicado para pacientes com insuficiência cardíaca terminal, quando outras terapias já não são eficazes.
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Retirada de tumores cardíacos
Procedimento realizado para remoção de formações anormais no coração, geralmente benignas, como o mixoma.
Dr. Samuel Steffen destaca que atualmente a cirurgia cardíaca minimamente invasiva é uma realidade em casos selecionados. “Pode-se realizar procedimento de plastia valvares, principalmente da valva mitral, troca valvares e, em casos específicos, revascularização do miocárdio. Outra possibilidade muito bem indicada para cirurgia minimamente invasiva é a retirada de tumores cardíacos, sendo os mixomas os mais frequentes”, ressalta o médico, que também atua como coordenador cirúrgico do Transplante Cardíaco em São Paulo.
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Quando a cirurgia cardíaca é necessária?
Nem todo problema no coração exige cirurgia. Em muitos casos, o tratamento pode ser feito com medicamentos e mudanças no estilo de vida. A indicação de uma cirurgia depende do tipo de problema cardíaco que a pessoa apresenta. Em muitos casos, os sinais que levam a essa necessidade estão diretamente ligados à doença de base.
Problemas como entupimento das artérias (doença coronariana) podem causar dor no peito ou infarto e exigir uma revascularização. Já doenças nas válvulas do coração costumam provocar cansaço e falta de ar, podendo demandar reparo ou troca valvar.
“Lembro, porém, que essas, entre outras doenças, podem ser completamente assintomáticas, por isso torna-se tão importante o acompanhamento médico de rotina e diagnóstico correto”, destaca Dr. Samuel Steffen.
A avaliação que define se o paciente precisa de cirurgia envolve uma discussão do caso entre vários especialistas, incluindo o cardiologista clínico, cirurgião e intervencionista. “Após verificar os exames e realizar a avaliação clínica, a proposta terapêutica é apresentada e compartilhada com o paciente e familiares”, enfatiza Dr. Steffen.
Como é o preparo para a cirurgia cardíaca?
Antes da cirurgia, o paciente passa por uma avaliação completa com cardiologista, anestesista e equipe cirúrgica. Exames laboratoriais, de imagem e testes de função pulmonar são realizados. O jejum e a suspensão de certos medicamentos também fazem parte da preparação.
Para se preparar para uma cirurgia cardíaca, o paciente deve conversar e sanar todas as dúvidas com o cirurgião, entender a sua doença e qual o procedimento proposto para a resolução do seu quadro. “Alinhar as expectativas sobre a doença, entendendo se será necessário algum outro procedimento no futuro e quais os caminhos ele deverá seguir para permanecer saudável e bem controlado. Outro fator importante é avaliar com detalhes se o cirurgião e equipe são capacitados, atualizados e com experiência naquele tratamento cirúrgico proposto”, complementa.
Recuperação após a cirurgia cardíaca
O tempo de internação após uma cirurgia cardíaca varia conforme o tipo de procedimento e o estado geral do paciente. Em casos de cirurgia convencional, a permanência hospitalar costuma ser de 5 a 7 dias.
No retorno para casa, o paciente deve:
- manter-se ativo com caminhadas;
- realizar fisioterapia respiratória e motora regularmente;
- seguir uma alimentação balanceada, com orientação de um nutricionista.
Segundo o médico, é permitida a realização de praticamente todas as atividades do dia a dia, com restrições relacionadas à carga de peso nos membros superiores e no tórax. “Essas restrições duram em média 3 semanas após a alta hospitalar”, conclui.
Se você apresenta sintomas, tem fatores de risco ou apenas deseja avaliar melhor sua saúde cardíaca, não adie esse cuidado. Agende uma consulta com um cardiologista D’Or e receba a orientação adequada para o seu caso.