Colesterol alto: sintomas, causas e como tratar
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O colesterol alto é um dos principais fatores de risco para doenças cardiovasculares, como infarto e Acidente Vascular Carebral (AVC). Apesar de ser silencioso na maioria das vezes, ele pode causar sérias complicações se não for controlado.
A Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), apontou que 14,6% dos adultos brasileiros relataram colesterol alto, mas exames indicam que a taxa real pode chegar a 46%, considerando colesterol total, LDL ou triglicerídeos elevados. Entre crianças e adolescentes de 2 a 19 anos, 27,4% apresentam colesterol total elevado e 19,2% têm níveis altos de LDL, segundo uma revisão realizada na Universidade Federal de Minas Gerais baseada nos parâmetros da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC).
Segundo o estudo “Percepções de Pacientes que
Vivem com Colesterol Elevado” (IPEC), realizado pela organização Global Heart Hub em parceria com o Instituto Lado a Lado pela Vida, a maioria dos brasileiros diagnosticados com colesterol alto só buscou atendimento médico após sentir sintomas relacionados a complicações cardiovasculares estabelecidas, como um infarto ou um AVC.
Esses dados reforçam a importância do diagnóstico precoce e do acompanhamento regular, mesmo em pessoas jovens e aparentemente saudáveis. Em 08 de agosto é celebrado o Dia Nacional do Controle do Colesterol. Essa data tem o objetivo de conscientizar a população sobre os riscos do colesterol alto e a importância do diagnóstico precoce. Neste texto, vamos explicar o que é o colesterol, quais os sinais de alerta, causas e, principalmente, como tratá-lo de forma eficaz.
O que é colesterol?
O colesterol é um tipo de gordura essencial para o funcionamento do nosso organismo. Ele participa da produção de hormônios, da formação das membranas celulares e da síntese da vitamina D. Porém, quando está em excesso no sangue, principalmente o colesterol LDL (considerado “ruim”), pode se acumular nas artérias e dificultar a circulação sanguínea.
Coordenador da Cardiologia da Rede D’Or São Paulo Regional Oeste, o Prof. Dr. Fábio Augusto De Luca explica que o aumento do colesterol ruim (LDL) ou a baixa do colesterol bom (HDL) aumenta o risco de doenças cardiovasculares. “O aumento do colesterol ruim (LDL) e/ou a redução do colesterol bom (HDL) pode causar o entupimento das artérias, condição chamada de aterosclerose. Quando essa obstrução atinge o coração ou o cérebro, pode ocasionar infarto ou derrame”, ressalta o Dr. De Luca.
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Causas do colesterol alto
Diversos fatores podem contribuir para o aumento do colesterol, incluindo algumas doenças e medicamentos que também podem influenciar os níveis de colesterol no sangue.
O Prof. De Luca destaca que o aumento do colesterol pode ser causado por múltiplos fatores, que atuam de forma isolada ou combinada. Entre eles, estão a predisposição genética e os hábitos alimentares. Entre as principais causas do colesterol alto estão:
- Hipercolesterolemia familiar (doença genética);
- Dieta rica em gorduras saturadas, trans e açúcar;
- Sedentarismo;
- Tabagismo;
- Obesidade;
- Consumo excessivo de álcool.
Sintomas do colesterol alto
Na maioria dos casos, o colesterol alto não apresenta sintomas. Por isso, muitas pessoas só descobrem o problema após um exame de rotina ou quando já sofreram alguma complicação.
“Alguns pacientes podem apresentar algumas condições pouco frequentes como xantelasmas: placas amareladas ao redor dos olhos, xantomas: nódulos de gordura sob a pele ou nos tendões, arco corneano: anel esbranquiçado ao redor da íris (em pessoas jovens pode indicar colesterol alto)”, descreve o Prof. Dr. Fábio Augusto De Luca.
Diagnóstico de colesterol alto
O diagnóstico de colesterol alto é feito por exame de sangue, chamado perfil lipídico ou painel lipídico, que avalia:
- Colesterol total;
- LDL (colesterol ruim);
- HDL (colesterol bom);
- Triglicerídeos.
“Se o foco for, principalmente, avaliação dos triglicerídeos, recomenda-se 8-12h de jejum. No entanto, para avaliação de perfil lipídico, já existe a possibilidade de se fazer sem jejum”, explica Dr. De Luca.
O cardiologista orienta que a frequência dos exames para avaliar o colesterol deve variar de acordo com o perfil de cada pessoa:
- Adultos saudáveis: devem realizar o exame a cada 5 anos, a partir dos 20 anos de idade.
- Pessoas com fatores de risco (como histórico familiar, obesidade, hipertensão, diabetes, tabagismo ou sedentarismo): o ideal é fazer o controle a cada 1 a 2 anos, ou conforme orientação médica.
- Quem já tem colesterol alto ou doença cardiovascular: precisa de acompanhamento mais frequente, com exames a cada 3 a 6 meses, para monitorar a eficácia do tratamento e prevenir complicações.
“Mas é importante individualizar cada paciente e a consulta com cardiologista é a melhor forma de orientação”, destaca.
Como tratar o colesterol alto?
O tratamento do colesterol alto envolve principalmente mudanças no estilo de vida, como alimentação saudável e a prática regular de exercícios físicos. No entanto, em alguns casos, o uso de medicação também é necessário.
“Em casos de elevação discreta a moderada do colesterol ‘ruim’ (LDL) e sem outros fatores de risco ou placas de gordura já presentes em alguma artéria, é possível controlar o colesterol só com alimentação e exercícios. Porém, em pessoas com risco cardiovascular elevado ou com LDL muito alto, só a mudança no estilo de vida geralmente não é suficiente, e o uso de medicamentos é indicado”, orienta o médico.
As principais estratégias de mudanças no estilo de vida para tratar o colesterol alto são:
Alimentação saudável
Aumentar a ingestão de frutas, verduras, aveia, feijão, castanhas, azeite de oliva e peixes como salmão e sardinha.
Evitar frituras, embutidos (como salsicha e salame), carnes gordas e alimentos ultraprocessados.
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Exercício físico regular
Pelo menos 150 minutos por semana de atividade aeróbica (como caminhada, natação ou bicicleta) ajudam a reduzir o LDL e aumentar o HDL.
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Abandonar o cigarro
Fumar reduz o colesterol bom e danifica as artérias, acelerando o processo de aterosclerose.
Controle do peso e do estresse
O controle do peso e do estresse também desempenha um papel fundamental na redução do colesterol alto e na prevenção de doenças cardiovasculares.
O uso de medicamentos para tratar o colesterol alto pode ser necessário em diversas situações. Quando os níveis de LDL (colesterol “ruim”) estão muito elevados, ou quando o paciente já apresenta doença cardiovascular estabelecida, como infarto, AVC (derrame) ou placas de gordura (aterosclerose) em artérias como a carótida ou a aorta, o tratamento medicamentoso costuma ser indicado.
Pessoas com diabetes também entram nesse grupo de maior risco, mesmo que apresentem apenas elevações moderadas do colesterol. Além disso, se as mudanças no estilo de vida (alimentação, atividade física, controle de peso) não forem suficientes após 3 a 6 meses, o uso de medicamentos pode ser recomendado. Outro fator decisivo é a avaliação do risco cardiovascular global, feita pelo médico com base no histórico de saúde e nos exames do paciente.
Ao iniciar um tratamento medicamentoso para baixar o colesterol, o Prof. Dr. Fábio Augusto De Luca orienta:
- Tomar o medicamento diariamente e no horário prescrito;
- Fazer exames periódicos de controle, especialmente para monitorar enzimas hepáticas e CPK (em uso de estatinas);
- Relatar ao médico qualquer efeito colateral, como dores musculares, fadiga ou qualquer outro sintoma indesejável;
- Nunca interromper o uso por conta própria, mesmo que os níveis de colesterol estejam bons.
- Manter alimentação saudável e exercícios, pois o remédio não substitui o estilo de vida.
Cuidar do colesterol é essencial, mesmo quando não há sintomas aparentes. O colesterol alto pode entupir artérias do coração, provocando infarto ou angina, além de aumentar o risco de AVC e problemas circulatórios. “É um inimigo silencioso que deve ser controlado”, enfatiza o Dr. De Luca.
Quer começar a cuidar melhor do seu coração? Coloque seus exames em dia, reveja seus hábitos e cuide da sua saúde. Agende uma consulta com um cardiologista D’Or e dê o primeiro passo para uma vida mais saudável.