Morte encefálica: como o médico tem certeza de que quadro é irreversível?
Família pode ter médico de confiança acompanhando o processo da constatação de morte cerebral
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Pedro Severino, 19, jogador do Red Bull Bragantino, teve alta após três meses internado depois de sofrer um acidente de carro. Em estado gravíssimo, o hospital chegou a abrir o protocolo para atestar morte encefálica, que foi suspenso depois que ele tossiu na retirada da sedação e mexeu os olhos.
A morte encefálica é considerada, pelo Ministério da Saúde, a morte de fato: a perda completa e irreversível das funções cerebrais. Embora ainda haja batimento cardíaco, as atividades vitais só são mantidas com aparelhos.
O protocolo
Corpo sem sedação. “Tem que retirar todo e qualquer sedativo ou droga que possa provocar ou induzir um coma, e esperar um tempo, a depender do medicamento, para o organismo excretar a droga. Isso pode levar horas ou dias”, avalia a neurologista Maramelia Miranda, neurointensivista do Hospital São Luiz Morumbi, da Rede D’Or. Sem o efeito desses medicamentos, é esperado que o paciente pisque, mexa os olhos, degluta, respire ou tenha outros reflexos específicos. Em caso de morte encefálica, o corpo não reage.
Quais movimentos suspendem o protocolo? “Os sinais que o corpo apresenta são reflexos: reagir, tossir, respirar, aparecer o reflexo da córnea, o reflexo de tosse mexendo o tubo, retirar um braço quando se faz um estímulo de dor”, complementa a neurologista Maramelia Miranda.
Doação de órgãos
A Lei dos Transplantes (Lei nº 9.434/1997) estabelece que a doação de órgãos após a morte só pode ser realizada quando constatada a morte encefálica. Quando isso acontece, as funções vitais do paciente são mantidas de maneira artificial até que a remoção dos órgãos seja feita.
Família pode ter médico de confiança acompanhando o processo da constatação de morte cerebral. A legislação brasileira que regulamenta a doação de órgãos garante à família o direito de contar com a presença de um médico de confiança para acompanhar o diagnóstico.
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