Uso de creatina e a creatinina sérica, e outros fármacos que levam a elevação de creatinina sem piora na função renal.
Publicado em:
O uso de suplementos de creatina pode elevar artificialmente os níveis de creatinina sérica, sem refletir comprometimento real da função renal.
Isso ocorre porque a creatina é convertida em creatinina, interferindo na interpretação da TFG (principalmente nas fórmulas CKD-EPI e MDRD).
Orientações clínicas pre-analiticas:
- Ao solicitar creatinina sérica, pergunte sobre uso de creatina.
- Se possível, suspender o suplemento por 48-72h antes do exame.
- Considere exames alternativos como a cistatina C, que não sofre interferência da creatina.
- Atenção redobrada ao avaliar atletas ou pacientes em uso frequente de suplementos.
Outros fármacos que também elevam a creatinina sem significado na função renal:

Esses medicamentos inibem o transporte tubular de creatinina nos rins, especialmente os transportadores de secreção ativa, como o OCT2 (Organic Cation Transporter 2) e o MATE1/2-K (Multidrug and Toxin Extrusion proteins).
Resultado: a creatinina permanece no plasma, mas a taxa de filtração glomerular (TFG) real permanece inalterada.
Implicação clínica:
- O aumento da creatinina nesses casos não indica lesão renal real;
- Não requer ajuste de dose com base somente nesse achado;
- A dosagem de cistatina C ou o uso de clearance de creatinina medido pode esclarecer dúvidas;
- Muito importante em oncologia, onde o uso de inibidores de MET e CDK4/6 é crescente.
Fontes:
1. Walker, V. et al. Creatine supplements: Side-effects and the role of creatinine in clinical interpretation. Clinical Biochemistry, 2000.
2. Delanaye, P. et al. Creatinine- or Cystatin C-based equations to estimate glomerular filtration rate: which to use? Clinical Journal of the American Society of Nephrology (CJASN), 2013.
3. KDIGO 2012 Clinical Practice Guideline for the Evaluation and Management of Chronic Kidney Disease.
Este conteúdo foi produzido com o apoio de inteligência artificial e revisado por um humano.
Dr. Helio Magarinos Torres Filho
Diretor do Richet Medicina & Diagnóstico, Especialista em Patologia Clínica e Medicina Laboratorial com MBA em Gestão de Negócios pelo IBMEC. Membro da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica (SBPC), da American Association for Clinical Chemistry (AACC), da American Society for Microbiology (ASM), da American Molecular Pathology (AMP) e da European Society for Microbiology and Infectious Diseases (ESCMID).
CRM 52.47173-0